sábado, 8 de dezembro de 2012

Haikais

Uns haikais
Sempre gostei de haikais. Desde que os conheço, pelo menos, há uns bons anos, quando, em meio à adolescência, escrevia com finalidades terapêuticas, artísticas e filosóficas. Em meio à grande viagem de descoberta da literatura, esse buraco negro do qual nunca se volta o mesmo a cada mergulho, os soube. Adorei: sintéticos, objetivos, diretos; tudo que eu não era e não sou. talvez com uma irmandade ancestral com a quadra popular lusobrasileira (muito comum no cancioneiro popular do Brasil, mas português o bastante para Fernando Pessoa ter se exercitado algumas vezes nas "Quadras ao gosto popular". Exercitei algumas vezes, mas não obtive grandes êxitos. Minha prolixidade levava sempre a um estilo extenso, prolixo, floreado. Agora que me afasto gradativamente da minha juventudade ariana e me reconcilio com uma personalidade mais taurina, filho da terra, do amor, do pragmatismo, das coisas sólidas, retomo o estilo.

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Em que terra hei de viver?
Medito com meus botões
Todas as terras são ilhas e os homens solidões
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No cais do teu amor
Descansei da lida, mas a partida
É a sina do pescador
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Na peneira da memória
Separo o que era
Do que sou, por ora





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