A paz não procuro
Em outra metade
Mas em mim, aqui
Bem dentro
Pra com outra pessoa
Inteira
Dividir
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Mal a toquei, mas já queimou
Cauterizando no corpo a ferida
Que nunca cessa a dor em carne viva
Lembrando sempre esse absurdo amor
Amor que cantava e eu, surdo
Trilhava a solidão dos loucos
Esse amor que foi crescendo aos poucos
Até assumir um tamanho absurdo
E antes eu, que era só recusa
Animal ferido que não permite
Se desviar da segurança da regra
Essa mulher, essa deusa, essa musa
Que vem armada com dinamite
E implode em pedaços meu peito de pedra
Cauterizando no corpo a ferida
Que nunca cessa a dor em carne viva
Lembrando sempre esse absurdo amor
Amor que cantava e eu, surdo
Trilhava a solidão dos loucos
Esse amor que foi crescendo aos poucos
Até assumir um tamanho absurdo
E antes eu, que era só recusa
Animal ferido que não permite
Se desviar da segurança da regra
Essa mulher, essa deusa, essa musa
Que vem armada com dinamite
E implode em pedaços meu peito de pedra
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
SONETO
Parto de novo, pois assim é a vida
Desde a nascença me faço de estrada
E quantas concepções de encruzilhada
Me refizeram de tanta despedida
Tanta chegança em minha sala de estar
Velhos amigos, novo amor que dança
Ponho a felicidade na balança
Mas ela se vai qual borboleta no ar
E eu a sigo, pois a dor fez casa
Onde eu morava, então fiz asa
Pra voar pra longe deste lugar antigo
Faço do céu azul meu novo abrigo
Das solidões que me moram eu me escondo
Me expondo ao dia nascendo e ao sol se pondo
Desde a nascença me faço de estrada
E quantas concepções de encruzilhada
Me refizeram de tanta despedida
Tanta chegança em minha sala de estar
Velhos amigos, novo amor que dança
Ponho a felicidade na balança
Mas ela se vai qual borboleta no ar
E eu a sigo, pois a dor fez casa
Onde eu morava, então fiz asa
Pra voar pra longe deste lugar antigo
Faço do céu azul meu novo abrigo
Das solidões que me moram eu me escondo
Me expondo ao dia nascendo e ao sol se pondo
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Amor estranho como o meu não há
Assim tão sem sangue, semem, saliva
Puro destino de perder e encontrar
Desatino igual um barco a deriva
Estranho amor que me leva à lonjura
E carrega de volta pra bem perto
Tem dor no gozo e prazer na tortura
Uma miragem de oasis no deserto
Amor que vejo pouco ou nada
E a saudade não me cabe de tamanho
Tão pouco andei e tão longe me levou
E desfaz meu lar que era estrada
Fazendo-me desejar seu amor estranho
Pra contigo viver meu estranho amor
Assim tão sem sangue, semem, saliva
Puro destino de perder e encontrar
Desatino igual um barco a deriva
Estranho amor que me leva à lonjura
E carrega de volta pra bem perto
Tem dor no gozo e prazer na tortura
Uma miragem de oasis no deserto
Amor que vejo pouco ou nada
E a saudade não me cabe de tamanho
Tão pouco andei e tão longe me levou
E desfaz meu lar que era estrada
Fazendo-me desejar seu amor estranho
Pra contigo viver meu estranho amor
sábado, 12 de janeiro de 2013
POEMA DE ROMARIA
Livrai-me, meu Bom Jesus da Lapa,
Da serpente emplumada que mora
Nas grutas de pedra do meu coração
E quando quero sorrir, me diz que não!
Protegei-me, meu padim
Do medo de sentir as dores do parto do novo
Eu padeço e prometo
Subo a ladeira do horto
Levo pedra na serra do Crato
Minha Senhora, apareça
Me acuda
Sou tão pobre e assombrado
Só posso dar-lhe a lua cheia
Com pouca ou nenhum estrela
Talvez o Cruzeiro do Sul
Alumiai-me, profeta
Andei perdido em desertos
Juntando os meus riachos
Para voltar como mar
Danei a esmolar nas feiras, cantando cego o amor
De andarilho e poeta
Romeiro sertanejo
Orando voltado a Meca
Da serpente emplumada que mora
Nas grutas de pedra do meu coração
E quando quero sorrir, me diz que não!
Protegei-me, meu padim
Do medo de sentir as dores do parto do novo
Eu padeço e prometo
Subo a ladeira do horto
Levo pedra na serra do Crato
Minha Senhora, apareça
Me acuda
Sou tão pobre e assombrado
Só posso dar-lhe a lua cheia
Com pouca ou nenhum estrela
Talvez o Cruzeiro do Sul
Alumiai-me, profeta
Andei perdido em desertos
Juntando os meus riachos
Para voltar como mar
Danei a esmolar nas feiras, cantando cego o amor
De andarilho e poeta
Romeiro sertanejo
Orando voltado a Meca
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
SONETO DA ESPERANÇA
Te levarei comigo, amor
Eu também morro de medo
Somos desses jovens que cedo
Viramos íntimos da dor
Daqueles que a juventude
Brilhou-nos tanto que cegou
Nossos olhos e o grande ardor
Da vida consumiu a saúde
Talvez à frente, a estrada mude
Nos espere a ilha do sossego
Ou a solidão, morro de medo
Mas viver, vivo de fé e confio
Que a alegria pode ser caminho
Feito de risco e de segredo
Eu também morro de medo
Somos desses jovens que cedo
Viramos íntimos da dor
Daqueles que a juventude
Brilhou-nos tanto que cegou
Nossos olhos e o grande ardor
Da vida consumiu a saúde
Talvez à frente, a estrada mude
Nos espere a ilha do sossego
Ou a solidão, morro de medo
Mas viver, vivo de fé e confio
Que a alegria pode ser caminho
Feito de risco e de segredo
SONETO DA PROMESSA
Eu sei que não pode faltar o poema
Assim como o feijão e a farinha
Sendo um daqueles que muito teima
Contra a dor alheia, abandono a minha
Por vezes me esqueci numa praça
Onde tudo acontece meio que em vão
Sabendo que na vida tudo passa
E se deixar passar, sobra a solidão
Por isso é que a partir de amanhã
Eu sacudo a poeira e abandono o luto
Por mais que pareça uma coisa vã
Mas só hoje serei triste, neguinha
Pois dói muito e amanhã eu mudo
Pra ter na vida poema, feijão e farinha
Assim como o feijão e a farinha
Sendo um daqueles que muito teima
Contra a dor alheia, abandono a minha
Por vezes me esqueci numa praça
Onde tudo acontece meio que em vão
Sabendo que na vida tudo passa
E se deixar passar, sobra a solidão
Por isso é que a partir de amanhã
Eu sacudo a poeira e abandono o luto
Por mais que pareça uma coisa vã
Mas só hoje serei triste, neguinha
Pois dói muito e amanhã eu mudo
Pra ter na vida poema, feijão e farinha
sábado, 5 de janeiro de 2013
RENASCER
I
Amei, pensei, lutei
Um dia desses, então, morri
Completei o ciclo
Me perdi no mundo
De tantas estradas, não tinha casa
Só uma mochila surrada
Que tanto me bastava
Muito andei pelas estradas desse mundo
Sem carro, sem asas, sem pontos
Só sobraram bilhetes de rodoviária e amigos
Pintados em tantos cantos de um mapa de saudade
Procuro renascer
Amar, viver, crer de novo
Pra depois andar de novo
Não o velho sozinho
Mas acompanhado, amante desse amor meio bobo
II
Nos riachos da serra azul
Deixei os receios
Como se tivesse tirado com a mão
Perdi as estribeiras
No quesito da alegria
Quero uma vida simples
Com canteiros, discos e poesia
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