quinta-feira, 23 de setembro de 2010


Hoje eu peso as coisas

Numa balança

Queria por o coração de um lado e uma pluma noutro

Mas não tenho plumas, só penas

E não há coração, dei a outrem

E o fizeram em pedaços

Então, ponho as minhas mãos calejadas

Em um dos pratos

Pesam, apesar, magras

E no outro, que pôr?

O sal que me sai dos olhos?

Ou as rugas que cobrem as faces?

A prata dos cabelos?

Algum velho retrato?

Ah, bobagem, não ponho nada

Deixe de tristeza e sonho

Me cansei de tanta besteira!

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