quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Persephone


Arranco a vida de uma flor

E antes dela perecer, desfaço suas pétalas

Bem-me-quer, mal-me-quer

Com a sofreguidão de bacantes acéfalas

Todo coração

E a flor vingativa

Parece ecoar meu mal-me-quer

E me nega, a cada pulso, essa mulher

E a escuridão me abriga

E só desejo o sol

E ela é céu, é brisa, é mar

É toda a força natural

Que faz crescer as árvores frondosas

E muito mais destrói, decompõe e desfaz

E me instiga à perseguição até furar os pés

E parece que recuso a ouvir quem é

Quanto mais mal-me-quer

Mais bem me faz

Feira de Santana, 01 de setembro de 2010

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