Acordo à noite, friento e pavoroso
E me assusta o ruflar de asas de uma ave
Aos poucos o teu cabelo em chamas, gracioso
Me vêem da memória e fere alma como um sabre
Eu a sonhava e era um pesadelo
Pois eu a tinha em meus braços como a vida
E a perdia, velozmente, como a morte
E ela queimava meus olhos dizendo adeus
Se queixando que não valho um níquel, um cobre
Ia embora por meu descaso e desleixo
E eu, odiado filho de Morpheus
Acordava, sôfrego, com o peito arfante
Ah, como teu calor me deixa em brasa
E como teu pensar me causa asma!
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