segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Jericó

De pedras que achei no caminho
Fiz uma muralha
Pra me proteger do amor
E suas contraindicações cardíacas, vasculares e mentais

Arame farpado
E cacos de vidro das garrafas de vinho
De tantas festinhas aqui em casa
Pra garantir que ninguém
Entrasse em minha alma

Querem habitá-lo
Mas já disse que o chão foi salgado
E só nasce uma malva feia
Que mal dá pra alimentar os bodes
Nada pasta em meu peito
Terra estéril

Mas aí me esqueço
Que basta um olhar
Com pupilas de Jericó
Que reduzem minhas pedras a pó
E encharcam com temporais
A terra seca arrasada


Um comentário: