sábado, 12 de janeiro de 2013

POEMA DE ROMARIA

Livrai-me, meu Bom Jesus da Lapa,
Da serpente emplumada que mora
Nas grutas de pedra do meu coração
E quando quero sorrir, me diz que não!

Protegei-me, meu padim
Do medo de sentir as dores do parto do novo
Eu padeço e prometo
Subo a ladeira do horto
Levo pedra na serra do Crato

Minha Senhora, apareça
Me acuda
Sou tão pobre e assombrado

Só posso dar-lhe a lua cheia
Com pouca ou nenhum estrela
Talvez o Cruzeiro do Sul

Alumiai-me, profeta
Andei perdido em desertos

Juntando os meus riachos
Para voltar como mar
Danei a esmolar nas feiras, cantando cego o amor

De andarilho e poeta
Romeiro sertanejo
Orando voltado a Meca

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