terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu não sei se quero isso mesmo
não sei se é isso mesmo e espero
e me vem de mim mesmo um pejo
por te amar tanto quando não te quero

Então te quero como se te amasse
mas não te amo, em bom dizer te quero
e nesse confusão me desespero
a própria dúvida me enrubece a face

E tranlado o amor à carne
e o desejo me invade o peito
e a carne fez com que se separe
o amor do querer e não tem jeito

A vida é assim, janelas abrindo
portas cerrando, pois viver é um esteio
e essa teia disforme que se vai urdindo
aprisiona e cismo meu ser por inteiro

Uibaí, 15 de abril de 2009

*

Não, não me aviem uma vida
rotina, amor, decência, moral
não reprimam em mim o animal
pois esse em mim nã se civiliza

não, não me botem a camisa
por dentro da minha calça
não vou apregoar essa farsa
ela de mim não precisa

ela já tem até deus
e seus papas, santos, anjos
já tem o poder e só banzo
ela causa aos olhos meus

deixem que eu prossiga
assim não serei tão fútil
seguir os outros me é inútil
por mais certo que seja e me diga

não, não quero, vou não
que essa comédia cai-me mal
decência, amor, rotina, moral
é esforço feito em vão

Flávio Dantas Martins
Uibaí, 16 de abril de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário